Leshmaniose animal deve ser prevenida com vacina e repelentes

Com o avanço de casos de leishmaniose das zonas rurais para os centros urbanos do país, as medidas de prevenção à doença nos animais, principais reservatórios do parasita Leishmania Infantum, se fazem mais do que necessárias no Brasil. Ainda mais em estados do Nordeste, onde, segundo o Ministério da Saúde, se concentram quase 48% dos casos no país.

No último levantamento realizado pelo Ministério, em 2016, foram registrados 3.200 novos casos em humanos, o que chama a atenção das autoridades sanitárias já que existem 200 animais com a doença para cada pessoa infectada, de acordo com estudos realizados pelo Brasileish (Grupo Brasileiro de Estudo sobre Leishmaniose Animal). “Como se trata de uma doença que é transmitida para o ser humano, temos quer ter um cuidado maior ainda”, alerta a coordenadora regional de vendas da Ceva Saúde Animal, Lucyana Sarani.

A profissional destaca, no entanto, que há grande dificuldade para se combater a leshmaniose devido ao custo elevado do tratamento e da descontinuidade dos cuidados com os animais quando constatado o problema. “Muitos tutores não conseguem dar prosseguimento ao tratamento porque é difícil. Por isso, batemos na tecla da importância para a prevenção”, afirma.

A prevenção da doença se faz através da vacinação e do uso de repelentes, segundo a veterinária Suzana Spínola, da clínica Diagnose Animal, na qual registrou-se aumento de 10% dos casos nos últimos anos.Para fazer a vacinação, é necessária a realização do exame sorológico, que custa, em média, R$ 150,00. Já as vacinas, que devem ser tomadas em três doses com intervalos de 21 dias, têm valor de até R$ 180,00.

“Além da vacinação, é indicado o uso de coleira para fazer a repelência do mosquito porque a vacina vai agir na produção de anticorpos contra o parasita leshmania. Há também como opção de repelentes para o mosquito medicações tópicas”, afirma a especialista, ao alertar para a necessidade do trabalho de conscientização. “A doença é fatal quando não é tratada. Porém não há cura, ela é controlada”.

Por esse motivo, a representante da Ceva Saúde Animal Lucyana Sarani ressalta que a prevenção correta se faz aliando vacinação e uso de repelentes. “A vacina é importante por conferir resistência à leshmaniose, mas se o animal for vacinado e depois for picado pelo inseto, ele pode ter a doença, mas não manifestar os sintomas. Já o repelente impede o acesso ao vetor de transmissão”, esclarece Sarani.

A leshmaniose é uma doença endêmica causada pelo parasita Leshmania Infantum e que tem o cão como principal hospedeiro e reservatório. O parasita é transmitido ao cão e ao homem pela picada do inseto, transfusão de sangue e transmissão no parto. Entre os sintomas estão emagrecimento, anemia, crescimento exagerado das unhas, atrofia muscular, perdas de pelo, aumento dos gânglios linfáticos e alterações nos rins e fígado.

 

Kleyzer Seixas Guedes
Jornalista

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