A importância da prova de compatibilidade antes da transfusão sanguínea nos cães

Dra. Suzana Cláudia Spínola dos Santos
Médica Veterinária (CRMV-Ba 1544) – Diagnose Animal Clínica Veterinária

O antígeno eritrocitário canino 1, denominado mundialmente por DEA 1 (Dog Erythrocyte Antigen 1) é o grupo sanguíneo mais imunogênico em cães, podendo as transfusões sanguíneas desencadearem alguns efeitos indesejáveis nos pacientes veterinários. Estes estão diretamente associados à transfusões incompatíveis. Em um trabalho de pesquisa realizado no laboratório de imunologia do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (ICS/UFBA) com cães, estudou-se a frequência do grupo sanguíneo DEA 1 em cães doadores de sangue do banco de sangue Hemodog da clínica veterinária Diagnose Animal de Salvador-BA, Brasil, e foi calculado o risco de administrar sangue incompatível tanto em uma primeira quanto em uma segunda transfusão. Foram avaliados 203 cães de diversas raças, de ambos os sexos, com idade entre 1 e 8 anos, peso a partir de 28 kg, sem nenhum grau de parentesco originários de Salvador-BA, Brasil, para pesquisa da frequência do tipo sanguíneo DEA 1, por meio de testes de imunocromatografia e citometria de fluxo para tipagem sanguínea. E calculado o risco de transfusão sanguínea incompatível tanto em uma primeira como em uma segunda transfusão. A frequência do grupo DEA 1 variou entre as raças estudadas encontrando-se uma positividade média de 62,07% (126/203). O menor risco de um animal DEA 1 negativo receber sangue DEA 1 positivo, dentro do grupo dos animais avaliados foi de 0,92% em uma primeira transfusão e o risco do mesmo animal receber sangue incompatível para o gruo DEA 1 na segunda transfusão foi de 0,008%. Quanto ao maior risco de um animal DEA 1 negativo receber sangue DEA 1 positivo destes animais foi de 69,12% e o risco do mesmo receber sangue incompatível para o DEA 1 foi de 47,77%.  Concluindo a frequência do grupo DEA 1 variou entre as raças estudadas. E o risco de transfusões incompatíveis, baseado no grupo DEA 1, variou de acordo com as raças doadoras e receptoras, mas esse risco pode ser anulado se sempre forem realizados os testes para tipagem sanguínea junto com a prova de reação cruzada para compatibilidade.

 

Dra. Suzana Cláudia Spínola dos Santos – CRMV BA-1544
Médica Veterinária da Clínica Diagnose Animal

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