O comércio de animais a partir da exploração da reprodução de forma clandestina

Para tratar da exploração de animais é necessário entender como se dá este comércio e porque ele ainda se perpetua, como uma atividade corriqueira apesar de clandestina e ilícita.

Primeiro é preciso entender que esta ação continuada e clandestina, enquanto exploração do animal, sem o menor cuidado com sua saúde, traz como consequência, quase sempre, a ausência parcial ou total na qualidade de vida destes seres e por isso, pode ser enquadrada na lei de Proteção animal 9.605, de 12/02/1998, Alterada em 2019, conforme projeto 1.095, conhecida como a Lei Sansão, que claramente se aplica a esta situação, mas é preciso compreender  que as leis nunca serão eficazes sem fiscalização, sem as devidas punições e sem políticas públicas efetivas que protejam a vida animal.

O ideal seria uma lei específica para esta situação, definindo onde começa a exploração e até onde é um ato natural, logo, cabe o bom senso a ser utilizado para definir em cada caso, se pode ou não ser enquadrado na Lei.

Pode-se afirmar, com clareza, que a continuada ação de colocar animais à venda como se fossem mercadorias, assim como, como em outros crimes, acontece porque existe alguém que vai comprar esse animal, o que colabora para a existência e manutenção de um comércio atuante e paralelo que trata esse ser como um objeto, passível de ser comercializado. Sendo assim, a simples solução não depende apenas de leis, mas sim de consciência, de mudança de atitude em compreender que estamos diante de uma vida, que sente fisicamente, dores exatamente como nós sentimos, inclusive dores emocionais. É claro ver a dor da separação de mães e seus filhotes, elas e os filhotes choram, deprimem, mesmo que por algum tempo, pode parecer natural, mas não há como negar o fato de que estes animais sentem e sofrem por isso.

O comércio legalizado, embora não ideal, acontece sob cuidados especiais, atende critérios de bem estar, tem custo mais elevado, é normatizado e segue um padrão de atenção com a saúde destes animais. É regulamentado e, sim, é bastante lucrativo, por isso existe e beneficia a tantos.  A cadeia de produção é tão extensa, com tantos indivíduos envolvidos, que dificilmente será possível acabar com esta atividade. Ao menos quando feito desta forma, os animais são cuidados com dignidade e normalmente são tutelados por pessoas que de verdade os amam e cuidam dessas vidas, tanto que são capazes de investir altos valores em “aquisição e manutenção” destes animais, denominados pets.

Já o comércio ilegal, muitas vezes até parece “inocente”, acontece dentro de casa, com famílias, que enxergam na venda dos filhotes de seus pets, uma forma de agregar renda ou pior, acontece com pessoas que vivem da exploração continuada e torturante desses animais, vidas confinadas em locais insalubres, mal alimentados, reproduzindo sem parar até que adoeçam e morram.

Quando se olha para o animal com um olhar mais sensível, é impossível não compreender que sendo legal ou ilegal, sempre haverá traumas nesse processo. Que nós não conseguimos crescer nessa questão. Não deveria ser cabível em uma sociedade evoluída, comprar vidas, mas se não é possível essa mudança de comportamento, que tenhamos ao menos o cuidado de cobrar a procedência destes animais, para que este comércio ilegal não continue a ser estimulado.

Há tantos animais precisando de amor, cuidado, atenção, porque não adotar? Cabe a você se indagar a razão pela qual deseja um animal. Se você o quer como companhia e para amar, precisa ser de raça?

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